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domingo, 6 de outubro de 2013

Das revistas de Música em Portugal (aka Blitz)

Sabem, isto hoje vai ser diferente. Porque este belo, espero eu, artigo vai ser muito pessoal, sem ser exatamente sobre mim. Este post surge de uma cogitação que tenho há anos, e que se tornou séria quando fui atirada de para-quedas para que a fase 'tens de decidir o que fazer da tua vida'. E eu tentei adiar, porque tenho a impressão que corro o risco de ser idiota, mas não o posso fazer mais.

A minha paixão é a música, o meu talento é a escrita. Ou pelo menos foi do que me convenci ao longo dos anos. Sempre me imaginei a trabalhar numa grande revista de música, tipo Rolling Stone, Billboard, NME, até uma Kerrang! ou Rocksound. Depois um dia descobri que dificilmente sairia deste País, e foquei as minhas esperanças numa tal de Blitz. Vá, é a mais conhecida, mais reconhecida e mais generalista das quase inexistentes revistas de música no nosso País, e por isso tornou-se o meu sonho.

A questão é que, ao longo dos anos, concluí que, na verdade não gosto de ler a Blitz. Eu devo ter uns 4 ou 5 números da revista aqui por casa, se tanto, porque eu tentei, a sério que sim...mas a verdade é que não me identifico com ela.

E porquê? Porque sempre que vejo a Blitz nas bancas, está alguém morto ou pelo menos bastante ultrapassado na capa. Porque reconheço todas as bandas citadas pela dita capa, mas a maioria delas atingiram o seu auge nos anos 90 ou antes. Porque na verdade penso, e posso estar enganada, não sou dona da verdade, que a versão impressa da Blitz está perdida no tempo .ligada a um grupo elitista que terá a mesma idade dos seus jornalistas e editores, e que portanto apenas ouve música de outros tempos.

Eu sonho trabalhar na Blitz sim. Mas na Blitz mais na sua versão online. Sonho que um dia se possa encontrar na suas páginas uma revista verdadeiramente generalista, que não tem medo de falar não só de Nirvana e Janis Joplin, mas também dos Expensive Soul, dos Azeitonas, de Miley Cyrus e de Katy Perry.

Eu sonho com o dia em que a imprensa portuguesa seja um lugar que a Blitz, ou qualquer outra revista de música, nem que tenha de ser eu a fundar uma, possa ser realmente generalista, atual, representativa de todos os amantes de música, pelo menos da dita "comercial".

Serei assim tão sonhadora?

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