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quarta-feira, 23 de julho de 2014

O cão da minha madrinha morreu

Desde que a minha mãe me disse, já tive várias reações.

Primeiro fiquei sem reação. Na verdade, é algo que esperava já, e de certa forma é um alivio.

Depois percebi que ela vinha para cá. E aí fiquei um pouco irritada. Porque na verdade, a última coisa que me apetece é ter de a acomodar ou consolar, seja como for.

É egoísta, mas eu estou sensivel, e sem paciência, e só consigo pensar nos planos de que terei de abdicar por causa disto.

Sei que sou insensivel, mas não gosto de cães, a verdade é essa. Tenho medo deles desde há já bastante tempo.

Mas neste caso a culpa nem é do cão. O Zeus, coitadinho, era um cão dócil, ou não estivesse ele a morrer desde que o conhecia.

O cão sempre esteve a morrer. Era doente, e ela só se queixava do quanto ele sofria, mas recusava-se a deixá-lo ir. E a mim dá-me a volta ao estomago, pensar em tudo: no que ela fazia o cão sofrer, no que ela própria sofria sempre à espera que ele morresse, no meu padrinho, na vida que eles não faziam por que o cão estava a sofrer.

Para mim, e eu sei que estou de fora, o cão já tinha morrido há muito. É assim que penso sobre todos os seres que estão em sofrimento ou que não têm uma vida plena, incluindo seres humanos. Obrigá-los a viver nessas condições é o mais cruel que se pode fazer na minha opinião.

E por isso, não me peçam que tenha estomago para chorar com ela, porque ela só sofre o que sofre porque quis adiar o inevitável e arrastar-nos todos com ela.

3 comentários:

Rosa Branca disse...

Eu não pude deixar de opinar. Eu amo cães, e o que me acompanha de momento é o 4º que tenho.

Dos três que já partiram, tivemos que mandar abater dois, pois estavam doentes e nada podíamos fazer (uma teve falência renal e a outra um cancro sem cura).
É triste e dói, mas dói muito mais vê-los sofrer porque somos egoístas e não lhes damos uma morta digna.

Eu sou da opinião que quando nada podemos fazer para salvar da doença um animal, devemos procurar dar-lhes conforto e uma morte digna (o veterinário dos meus cães também diz o mesmo)livrando-os de um fim triste a definhar.
No caso da tua madrinha, faltou-lhe a coragem para o fazer. E acredita a minha madrinha anda a fazer o mesmo a um dos seus cães. Já andamos cansados de o dizer, mas ela insiste em não mandar abater o animal. Acho que muita gente acha que se gosta menos de um bicho por mandá-lo abater quando ele está doente e essa doença não tem cura.Eu acho exactamente o contrário: quando a doença só os corrói e não tem cura, a maior prova de amor é deixá-los partir e poupá-los ao sofrimento.

Não acho que sejas egoísta por te sentires assim! Tu sabes da história do início e é normal que te revoltes com a situação.

Beijinhos e desculpa o testamento

TehTeh disse...

não tens de pedir desculpa pelo testamento... eu precisava imenso de dizer aquilo, e não sabia se as pessoas iam compreender, até porque é de conhecimento publico que não sou de todo animal-lover... ler o que escreveste fez-me sentir melhor =)

xoxo

Rosa Branca disse...

Ainda bem que o meu comentário ajudou =)

Beijinhos