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terça-feira, 29 de julho de 2014

Quando paramos de fazer vénias aos judeus?

Eu sei que é sempre complicado e perigoso falar do conflito no Médio Oriente, mas por alguma razão conflito irrita-me supremamente, e simplesmente não consigo ficar calada (e também não me parece que os Israelitas falem Português, tal como eu não falo Hebraico).

Talvez isto seja influência da professora assistente que eu tive no último ano de faculdade, cuja tese de doutoramento era sobre a Palestina (até aí eu era mais Bósnia, Vietname, etc), mas nos últimos anos tenho tentado estar atenta, estudar e perceber o conflito Israelo-Árabe, e não consigo,  sobretudo quando oiço todos os dias na televisão o número de Palestinianos mortos, chegar a outra conclusão.

Está na hora de parar de fazer vénias aos Judeus.

Para que se entenda, os Palestinianos estavam quietinhos, na sua vida, quando os Judeus (e não, nem sequer eram Judeus da Alemanha e da Polónia como se possa pensar) lá chegaram em 1949, se não estou em erro. A terra era um Protetorado de alguém, e foi oferecido aos Judeus, apesar de  na verdade não existir um direito para isso.

Como se isso não bastasse, eles invadiram  os territórios para se espandirem para a 'Terra Prometida', que verdade seja dita, nada no Direito Internacional lhes prometia. E depois, foram armados pelos Americanos - os mesmos que criaram os talibãs, ups! - porque basicamente se sentiam mal por não os terem salvo antes.

A Palesfina tem grupos armados sim, mas nunca andaram a lutar noutras guerras, tipo  os israelitas no Egito. E já repararam que quase só morrem Palestinianos? Eles estão indefesos!

Se fosse com russos, com negros, com hispanicos ou asiáticos, já a ONU tinha lançado sanções bem pesadas. Mas como são os coitadinhos dos Judeus, não se faz nada a não ser mandar falar.

Morreram milhões de Judeus, é certo, mas não foram os Palestinianos, ou quaisquer outros árabes, já agora, que lhes fizeram isso, e certamente eles já mataram mais vizinhos ao longo dos anos.

E por isso basta! Está na hora de parar de fazer vénias aos Judeus, assumir responsabilidade e acabar com o conflito.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O cão da minha madrinha morreu

Desde que a minha mãe me disse, já tive várias reações.

Primeiro fiquei sem reação. Na verdade, é algo que esperava já, e de certa forma é um alivio.

Depois percebi que ela vinha para cá. E aí fiquei um pouco irritada. Porque na verdade, a última coisa que me apetece é ter de a acomodar ou consolar, seja como for.

É egoísta, mas eu estou sensivel, e sem paciência, e só consigo pensar nos planos de que terei de abdicar por causa disto.

Sei que sou insensivel, mas não gosto de cães, a verdade é essa. Tenho medo deles desde há já bastante tempo.

Mas neste caso a culpa nem é do cão. O Zeus, coitadinho, era um cão dócil, ou não estivesse ele a morrer desde que o conhecia.

O cão sempre esteve a morrer. Era doente, e ela só se queixava do quanto ele sofria, mas recusava-se a deixá-lo ir. E a mim dá-me a volta ao estomago, pensar em tudo: no que ela fazia o cão sofrer, no que ela própria sofria sempre à espera que ele morresse, no meu padrinho, na vida que eles não faziam por que o cão estava a sofrer.

Para mim, e eu sei que estou de fora, o cão já tinha morrido há muito. É assim que penso sobre todos os seres que estão em sofrimento ou que não têm uma vida plena, incluindo seres humanos. Obrigá-los a viver nessas condições é o mais cruel que se pode fazer na minha opinião.

E por isso, não me peçam que tenha estomago para chorar com ela, porque ela só sofre o que sofre porque quis adiar o inevitável e arrastar-nos todos com ela.