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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um texto muito pertinente

Há bocado li um texto no livro que podem ver acima, e em tudo me identifiquei com ele, por isso decidi partilhar. Podem encontrar o original no livro (que muito vos aconselho) ou AQUI.


"Mania esta de termos que ser explorados no início da carreira, como se tivéssemos que ser sujeitos a uma qualquer humilhação. Mania esta das empresas se habituarem aos estágios não remunerados e findo os 3 meses "que era muito bom e tal, mas que infelizmente por razões logicamente financeiras não será possível integrá-lo!". Não interessa se era bom, se fazia falta, se tinha talento, se teve uma atitude diferenciadora em relação a todos os outros, o que interessa – isso sim – são os 3 meses. E os 3 meses acabaram e ali vêm outros. Mais 3. Mais 3 meses. É o preço da experiência. As empresas querem pessoas com experiência mas novas, para não pagarem muito e por perceberem que estas ainda não têm bem a certeza de quanto é que valem. As pessoas com experiência e com uma certa idade que já dói a deitar, sabem exactamente o seu preço. E o problema é esse. As empresas não gostam de pessoas que sabem o que valem e ao mínimo pedido de aumento "Temos aqui sindicalista!". E daí tudo fazerem para não termos grandes ideias, nem termos muitas vezes razão, porque obviamente as melhores ideias valem dinheiro e isso pode levar à tal conversa a pedir aquela tal coisa que ainda há pouco falávamos. O aumento, lembram-se? Uma palavra maldita como aquelas que não se podiam dizer nos regimes ditatoriais e que é preciso falar baixinho e olhar duas vezes para um lado e para o outro, como se fossemos atravessar uma estrada junto a uma curva de pouco visibilidade. Fala-se em aumento e os patrões pedem logo um copo de água e os medicamentos para a tensão arterial. Tem-se uma ideia que sabemos ser vencedora, e logo o patrão, vendo que é tão boa, trata de nos tolher a alma como o frio nos dias de Inverno em que temos de ir trabalhar. Não interessa se é boa, o que importa mesmo é que o funcionário não cresça para não lhe pedir aquilo que sabemos. E depois, se houve uma ideia boa, ele sim é que a teve" mesmo que estas sejam um tudo-nada iguaizinhas à que lhe havíamos dado no dia anterior". E assim, criou-se o hábito de só nos darem um aumento quando somos cobiçados por outra empresa e aí sim, ouvimos aquilo que nos faz lembrar os primeiros dias em que íamos para a cama ranger paredes. Que somos muito importantes e tal, indispensáveis, essenciais para, bonitos para, tome lá dinheiro para, nem pense em sair para. E na maior parte das vezes, esta conversa já chega tarde para, porque a vontade de sairmos é imensuravelmente maior do que ficarmos para. A vontade de os fazermos perceber o quanto valíamos. De os fazermos saber o nosso valor quando sempre lhes havíamos dito. Gritando com a certeza do público do Preço Certo. Trazendo sempre bolinhos regionais para o Fernando Mendes."

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